Balanço da Década de Ação pela Segurança no Trânsito – Por Dra. Larissa Abdalla
Presidente da AND e Diretora do Detran MA, Dra. Larissa Abdalla, participa do Webinar promovido pelo OBSERVATÓRIO e pontua os motivos que a meta não foi alcançada, os pontos positivos que colaborou para redução das mortes no trânsito e sugeriu ações para que possamos melhor o triste número que foi apresentado hoje pelo Estadão, onde a cada 15 minutos, 1 pessoa morre em acidente de trânsito.
Segue os pontos abordados pela Presidente da AND:
TEMA: O Balanço da Década de Ação pela Segurança no Trânsito
CENÁRIOS
1 – Reduzimos o número de mortes, entre 25% a 30%, e revertemos os números de mortes que estavam crescentes, e conseguimos decrescer.
Porém, ainda que tenhamos feito muitos esforços, não atingimos a meta de redução de mortes no trânsito em 50%, e é preciso unir esforços para que possamos mudar a realidade que é: a cada 15 minutos, 1 pessoa morre no trânsito.
Essa responsabilidade é partilhada com todos nós, gestores de trãnsito, considerando com o CTB estabelece e coloca em esfera de solidariedade as 3 esferas – federal, Estadual e municipal – todos os gestores de trânsito são solidários nos acertos e erros.
PONTOS DE DIFICULDADES:
1 – Baixa inserção percentual de municípios no Sistema Nacional de Trânsito: foi destacado como um dos principais pontos de descumprimento da meta, considerando que a maioria dos Municípios não estão inseridos no SNT e estão em descumprimento do Código de Trânsito Brasileiro, desde 1998.
Foi apresentado os números considerando as regiões norte, nordeste e centro-oeste, onde apenas 30% dos Municípios estão inseridos no CTB. Esses números tornam a meta de redução das mortes em 50% inalcançáveis.
2 – Falta de medidas concretas para redução das mortes de condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores. Considerando que alguns Estados, 60% dos leitos nos hospitais são ocupados por acidentados de motocicletas. E nas regiões norte nordeste e centro-oeste, onde estão 19 Estados, o principal problema de trânsito são as motocicletas.
3 – Instantaneidade da informação: o uso de celular para com a troca de mensagem enquanto dirige é um ponto que deve estar sempre em destaque.
4 – Impunidade: durante a maior parte da década passada, as pessoas se envolviam em acidentes de trânsito e não eram culpados por isso. A legislação foi alterada e tornou a penalidade mais rígida a pouco tempo.
PONTO CONTRIBUTIVO:
Controle da alcoolemia no trânsito, com a LEI SECA: alteração da legislação e fiscalização.
Para reverter os números crescentes de mortes no trânsito, e alcançar a redução de 30% nas mortes no trânsito, o endurecimento da legislação com a LEI SECA foi um fator extremamente positivo.
AÇÕES QUE VÃO CONTRIBUIR 21 a 2030:
1 – Necessidade de implementação do PENATRANS: que além de uniformizar a coleta de dados é um programa ambicioso e abrangente, que impõem metas aos órgãos de trânsito, cuidado com o acidentado para estabelecer metas, obrigatoriedades e implementação, já nem todo órgão de trânsito o têm implementado.
2 – Retomada do Renaeche: apurar números, origens, fatores, causas e probabilidades.
3 – Interação entre os órgãos com espirito colaborativo: somos um sistema nacional de trânsito e precisamos agir de forma associada. A resolução para padronização dos temas a serem trabalhados por semestre foi de extrema importância para padronização da campanha e mostra que somos parte de um grande sistema que trabalha de forma colaborativa.
4 – Educação para o trânsito: estar inserida na grade curricular como pressuposto de cidadania, tem que ser introjetada desde a educação básica, atrelada à fiscalização.
SUGESTÃO:
Agregar a iniciativa privada do nosso ramo de atuação e somar conosco, para possam trabalhar de forma mais contundente e inserir mensagens de educação de trânsito em toda comunicação.
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